quinta-feira, 14 de maio de 2009

Onde Está o Uóli? – PARTE 4

Uóli reparou que o povo tem o costume de colocar o carro sobre a calçada, o que é proibido pelo Código de Trânsito, em seu artigo 181. Trata-se de uma falta grave. Os vizinhos dele, mesmo os que não possuem automóvel, justificam que a rua é estreita e o dono do carro vai colocá-lo onde? Uóli morou numa cidade onde a lei existe e quem mora em prédios que não contam com garagem tem que se virar para estacionar ou guardar o carro. Se deixar na rua, é guinchado quase que imediatamente. Aí, Uóli, revoltado com essa permissividade toda, já pensou em chamar a polícia, mas desistiu, pois logo foi informado que o cidadão X, o Y e o Z são “assim com os hómi”.

Ah, Uóli também não gosta dos supermercados da cidade. Não tem nenhum que preste. O “menos pior” é caro pacas; o que alega ser barateiro, além de cobrar preços absurdos (a população daquela cidade é de maioria humilde) tem o costume de desligar a geladeira onde ficam os hambúrgueres, pizzas, salgadinhos..., no final da noite, deixando apenas as lâmpadas acesas, para dar impressão de que a mesma está funcionando. O açougue é uma lástima, pois Uóli conhece uma pá de gente que comprou carne estragada lá. Uma mulher, inclusive, quase morreu por intoxicação: o frango, anunciado como "fresco", estava podre!

Outros dois supermercados fedem mais que gambá. E um desses não tem espaço suficiente para duas pessoas gordas andarem lado a lado na mesma seção. Ah, o açougue desses dois também não tem higiene alguma.

A violência existe, mas as autoridades locais fazem de tudo para que o povo e os que vêm de fora não fiquem sabendo. Só sai notícia de roubo, crime etc quando não tem mesmo jeito de esconder.

Qualquer um que esteja no poder não vale de nada, pois a cidade não progride, não cresce. Mas o pessoal daquela cidade não esquenta, não. Quer um exemplo? Toda vez que falta luz na casa do Uóli, é ele quem pega o telefone e fica quase meia hora pendurado, esperando ser atendido. Reclama das constantes faltas de luz, anota um protocolo, que é um número enorme, e a coisa fica por isso mesmo. Só numa temporada, de janeiro e fevereiro, Uóli contabilizou mais de 30 interrupções, que variaram de 1 minuto a 3 horas, o que o fez perder vários no-breaks, fontes de computador etc. E o Uóli quando reclama com algum vizinho sobre isso, ouve pérolas como esta: “Isso sempre aconteceu aqui. Não esquenta”.

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