segunda-feira, 4 de maio de 2009

A mediunidade de minha mãe – PARTE 2

mãe

Em 1973, meu pai resolveu montar uma farmácia, no bairro do Butantã, em São Paulo. Como não tinha o capital todo, fez sociedade com um amigo (outro “muy amigo”), um tal de Pierre, um francês muito rico, que morava numa região nobre da zona sul da capital (quando eu ia à casa dele, me perdia, de tão grande!). Meu pai, não me lembro por que, pôs a farmácia no nome da minha mãe, mas esta já o vinha advertindo de que o tal Pierre ia aprontar alguma coisa braba mais para frente. Meu pai, é claro, não deu ouvidos a minha mãe e, meses depois, o francês se mandou, levando todo o dinheiro da sociedade e nos deixou com uma porção de dívidas!

Nem assim meu pai se curvou às intuições de minha mãe e dizia que ela cismava tanto com alguém que parecia uma coisa doentia.

O tempo passou e ela voltou a cismar com um outro colega do meu pai. Avisou-o várias vezes que esse colega ia passar a perna no meu pai, sendo que, até então, meu pai estava alguns “degraus” acima desse colega na hierarquia da empresa.

Mas o tempo deu razão a minha mãe: esse homem, com uma jogada aqui e outra ali, foi promovido e passou a ser o chefe do meu pai!

Nessa época, minha mãe já freqüentava um centro espírita. Quando começou a desenvolver a mediunidade pra valer, ela fugia das aulas, ou simplesmente não ia. O pessoal do centro ligava lá em casa atrás dela e eu só tinha uma coisa para dizer:

- A minha mãe está deitada no sofá com uma forte enxaqueca!

Quando passava o horário de ela ter que ir para o centro, a enxaqueca, como por encanto, desaparecia!

No dia 2 de novembro de 1984, em pleno Dia de Finados, estávamos minha mãe e eu recolhendo a roupa no quintal, pois estava para cair uma chuva das boas a qualquer momento. Não me lembro o que perguntei para a minha mãe e ela disse:

- Eu não sou sua mãe!

 

CONTINUA AMANHÃ…

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